quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tropicália - Caetano Veloso




Música de Caetano Veloso, "Tropicália" é um dos ícones do movimento tropicalista e faz parte do disco solo de estréia de Caetano, lançado pela gravadora Philips em 1968.






quinta-feira, 24 de maio de 2012

Amor Puro




"O resultado do amor puro, verdadeiro, é sempre positivo. Aqueles que têm esse tipo de amor nunca são influenciados negativamente por ninguém. A habilidade deles de discernir nunca diminui. Quando seu amor é puro, os outros sentirão que suas intenções são puras. Haverá amor na sua visão. E haverá gentileza no seu amor. No amor puro sempre há gentileza."

Dadi Janki



terça-feira, 22 de maio de 2012

10 Filmes sobre a Ditadura Militar Brasileira




Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob um regime militar, que se caracterizou pela restrição à liberdade. Foram anos difíceis, onde tudo era censurado e proibido. No final dos anos 1960 começaram a surgir grupos de resistência, alguns armados, que tentavam minar o governo, através de ações de guerrilha. Diversos líderes estudantis e políticos de esquerda foram torturados, tiveram que fugir do país ou até desapareceram, provavelmente mortos pela repressão. Alguns filmes falam dessa época ou das cicatrizes que ficaram. Esta é uma lista com 10 deles. 



1- Pra Frente Brasil
Em 1970, enquanto o povo vibra com a seleção de futebol, a repressão corria solta. Um homem pacato de classe média - Reginaldo Farias - é confundido com um ativista político, preso e torturado. Enquanto isso, sua família procura por notícias. O filme foi lançado em 1983, ainda com Figueiredo na presidência.



2. O Que é Isso Companheiro?
Em 1969, o grupo terrorista MR-8 elabora um plano para sequestrar o embaixador americano - Alan Arkin -, para trocá-lo por presos políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. Filme bem acabado de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar de filme estrangeiro.



3- Cabra Cega 
Um jovem militante da luta armada - Leonardo Medeiros - é ferido numa emboscada da polícia e precisa se esconder na casa de um arquiteto, simpatizante da causa. Ótimo filme.















4. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
 Um casal de militantes deixa o filho com o avô, para esconder-se da repressão, prometendo voltar até o fim da Copa do Mundo de 1970. Mas o avô morre e o garoto terá de se integrar à comunidade judaica do Bom Retiro, além de ter contato com alguns militantes.


5 - Ação Entre Amigos
Em 1971, quatro amigos foram presos ao tentar assaltar um banco e foram violentamente torturados. Anos mais tarde, descobrem que seu torturador ainda está vivo e vão numa pescaria encontrá-lo na intenção de matá-lo. É quando descobrem que só foram pegos porque um deles traiu o grupo. Ótimo thriller de Beto Brant.


6 - Batismo de Sangue 
No final dos anos 1960, um convento de frades torna-se um local de resistência à ditadura. Cinco freis passam a apoiar um grupo guerrilheiro e ficam na mira das autoridades policiais. 


7- Zuzu Angel 
A história real de uma estilista - Patrícia Pillar -, que ganhou projeção internacional e travou uma batalha contra as autoridades militares em busca de seu filho - Daniel de Oliveira -, que participava de movimentos estudantis e foi torturado e morto. Bom registro de época. 



8- Hércules 56
Um documentário contando, através de entrevistas, a história dos 15 presos políticos que foram trocados pelo embaixador americano em 1969. Banidos do território nacional, são levados ao México num avião da FAB, o Hércules 56. 


9- Dois Córregos
Na época da ditadura, duas adolescentes burguesas passam uma temporada numa fazenda e acabam convivendo com o tio de uma delas - Carlos Alberto Riccelli -, um homem misterioso, que está clandestino no país, escondido. Um filme amargo de Carlos Reichenbach, que fez vários filmes sobre o tema.


10 - Nunca Fomos Tão Felizes
Rodado no último ano do regime militar. Um rapaz é retirado de um colégio interno por seu pai, de quem pouco sabe e está afastado há 8 anos. É acomodado num grande apartamento temporariamente, quando começa a investigar o mistério que o cerca, em busca de sua identidade e descobre que o pai é um perseguido político.

Resquícios da ditadura militar e atuação estudantil são temas de congresso na Faculdade de Direito da UFMG




Desvendar o passado para entender o presente. É com este objetivo que alunos do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da UFMG, em parceria com outras entidades, promoverão o primeiro Congresso Justiça de Transição: por um Estado Democrático de Direito, que ocorrerá nos dias 29 de maio a 1º de junho, no auditório da instituição. A atualidade das discussões do evento se confirma com a instalação da Comissão da Verdade, cujo foco são as investigações de violações de direitos humanos e crimes políticos cometidos por agentes do Estado brasileiro entre1946 e 1988, o evento, que faz parte da programação dos 120 anos da Faculdade, irá receber convidados ilustres para repercutir os assuntos ligados ao tema.

Entre os palestrantes estão o prof. Dr. Oscar Vergara, da Universidade espanhola Coruña, e o Prof. Dr. Paulo Abrão, Secretário Nacional de Justiça, que abrirão as atividades com uma conferência sobre o processo de transição brasileira para a democracia.

“Queremos que a sociedade entenda que a Comissão da Verdade vai além dos seus sete representantes. Acreditamos que, através da reflexão do passado e do meio de transição dos regimes, poderemos promover uma real justiça de transição”, destaca Philppe Rodrigues da Silva, aluno e membro da organização do Congresso.

Além de vários professores e figuras públicas notórias, estarão presentes, também, Gilney Viana, Secretaria Nacional de Direitos Humanos, e Nilmário Miranda, político e ex-aluno da Faculdade de Direito da UFMG. A programação contará com painéis e Grupos de Trabalhos para aprofundar a questão das violações aos direitos humanos, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, o direito à verdade e à memória e a criação da Comissão da Verdade.

Ao final do evento haverá uma confraternização com apresentações. O Congresso é aberto ao público e as inscrições podem ser feitas através do site www.semjusticadetransicao.wordpress.com

Exposição fotográfica


Concomitante ao congresso ocorrerá a mostra fotográfica “Direito à Memória e à Verdade – A ditadura militar no Brasil - entre 1964 a 1985”. Vinte e uma fotografias serão expostas em painéis de 2,5 metros de altura por um de largura resgatarão a memórias e mostraram a atuação política dos grupos de estudantes organizados.

“A Faculdade é símbolo de resistência à opressão. Alunos foram presos e torturados nos tempos obscuros da Ditadura. Vamos fazer valer a luta deles e continuar as discussões sobre a conquista da democracia”, afirma.

Serviço:

CONGRESSO JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

Data: 29 de maio a 1º de junho de 2010

Local: Auditório Maximum Adeodato da Faculdade de Direito da UFMG - Av. João Pinheiro nº 100 –
Belo Horizonte/MG
Preço: R$10
Inscrições e informações: www.semjusticadetransicao.wordpress.com

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Com plataforma colaborativa, Cúpula dos Povos vai inovar na Comunicação






Rio de Janeiro – Evento paralelo à Rio+20 e que deverá reunir no Aterro do Flamengo cerca de 30 mil representantes de organizações, redes e movimentos sociais de todo o mundo entre os dias 15 e 23 de junho, a Cúpula dos Povos quer ser também o cenário para a prática de um novo tipo de comunicação, democrática e colaborativa. Com o objetivo de incentivar a participação da sociedade durante a Cúpula, diversas ferramentas de comunicação serão utilizadas para criar e transmitir informação, como a Rádio e a Tevê Cúpula dos Povos. Além disso, o território da sociedade civil abrigará o Laboratório de Comunicação Compartilhada, espaço que servirá para editar, compartilhar e publicar conteúdos de texto, áudio e vídeo a partir de uma plataforma colaborativa.

“A Cúpula dos Povos quer continuar a desenvolver todo esse processo, que já vem existindo nos últimos anos ao longo dos fóruns, de viabilização de um tipo de comunicação nova. Uma comunicação na qual a gente consiga atravessar a fronteira entre os que falam e os que ouvem, entre os que prestam e os que recebem, entre os ativos e os passivos”, afirma Luiz Arnaldo Campos, coordenador da equipe de Comunicação da Cúpula dos Povos.

A TV Cúpula estará no ar de 15 a 22 de junho e terá um estúdio próprio – na casa de shows Vivo Rio – e irá gerar durante todo o evento uma programação que será exibida em 20 monitores de 50 polegadas espalhados pelo Aterro do Flamengo. Também funcionará como uma web tevê, com transmissão direta pelo site.

A Rádio Cúpula será instalada dentro do Aterro e vai fornecer programação a ser transmitida simultaneamente por web rádio e por um circuito de alto-falantes (rádio-poste) situados no território. A programação também circulará via antena, por associação a algumas rádios comunitárias.

Parte da programação da rádio e da tevê será produzida pela equipe da Cúpula dos Povos, mas a ideia é incluir também o material colaborativo, produzido pelas próprias pessoas: “A TV Cúpula terá duas horas de programação que vai se repetir ao longo do dia. Duas horas de televisão é bastante coisa, daí a importância da colaboração”, afirma José Carlos Asbeg, diretor da TV Cúpula.

Ele explica que já existe o desenho de uma programação básica: “Vamos cobrir os eventos, plenárias e assembleias da Cúpula dos Povos, o que acontecer no território e também as manifestações fora do território. Teremos também uma equipe no evento oficial da Rio+20, no Riocentro, e um âncora no estúdio”.

Coordenador da Rádio Cúpula, Leonardo Neves avisa que a programação será toda compartilhada com as redes de rádio que já estão se reunindo com a Cúpula dos Povos todas as quartas-feiras. Durante o evento, a rádio estará no ar doze horas por dia, de 7h a 19h. “Nosso objetivo é agregar o maior número possível de pessoas e organizações sociais para que nossa programação seja toda feita pelas redes de rádio. Nós teremos uma única hora oficial diária da Rádio Cúpula dos Povos, na qual iremos transmitir um debate. Mas, fora isso, a nossa intenção é que durante as doze horas no ar, a rádio seja ocupada por quem queira colaborar”.

A Rádio Cúpula terá dois repórteres e dois produtores (um dentro da rádio e outro trazendo matérias de fora), além de uma bicicleta-repórter, parceria com a Rádio Rua. “A bicicleta tanto emitirá nosso sinal pelo Aterro, veiculando o que estará acontecendo dentro da rádio, quanto transmitirá para outras rádios por meio de antenas híbridas”, explica Neves.

O objetivo é utilizar a rádio para criar o máximo de conteúdo. “A Rádio Cúpula tem por meta 24 horas de transmissão, mas com mais música durante a noite. No entanto, se tivermos a demanda forte que imaginamos, a programação de conteúdo poderá se estender pela noite e a madrugada”, diz o coordenador da rádio.

Rede dos Povos
A maior novidade em termos de comunicação durante a Cúpula dos Povos será o Laboratório de Comunicação Compartilhada, responsável por gerenciar toda a plataforma de conteúdo produzida pelos interessados. “Durante o evento, nós vamos funcionar com uma estrutura de telecentro, onde as pessoas poderão entrar para postar suas mensagens em texto, áudio ou vídeo. Para quem filmou e quiser editar o material antes de incluir em nossa plataforma, teremos cinco ilhas de edição à disposição”, diz Luiz Arnaldo Campos.

O Laboratório funcionará em uma tenda dentro do Aterro, situada próxima à Vivo Rio e ao Museu de Arte Moderna (MAM). “Estaremos trabalhando com software livre e haverá no laboratório alguns facilitadores para dar as orientações de como editar e publicar áudios ou vídeos com as ferramentas que a gente terá lá. O objetivo é que, mais do que acessar as máquinas, as pessoas utilizem o espaço para interagir. Estão abertas as inscrições para oficinas, debates, workshops e todo tipo de atividade de comunicação que seja compartilhada”, diz Adriano Belisário, que irá coordenar o espaço.

Belisário também é o responsável pela Plataforma Rede dos Povos, que é o canal de interação para a construção do acervo com conteúdos que serão utilizados tanto na tevê quanto na rádio durante a Cúpula dos Povos. Para postar materiais, basta se cadastrar no site da rede e se tornar um colaborador. O site está no ar desde 8 de maio. “A ideia é formar um grande acervo na internet e, a partir dele, selecionar alguns materiais. Será nossa grande base de conteúdo”, diz. Ele ressalta que não será possível incluir tudo o que estará na internet, pois não haverá espaço de exibição suficiente. “Materiais mais curtos terão prioridade, por exemplo, em relação a um documentário de uma hora e m eia. A moderação será feita após a publicação”, diz.

Parcerias
A primeira reunião ampla para viabilizar parcerias foi organizada pela coordenação de Comunicação da Cúpula dos Povos na quarta-feira (8) e contou com a presença de cerca de 60 representantes de emissoras comunitárias, redes e organizações da sociedade civil. Alguns parceiros para a TV Cúpula (Ecovox, TV CUT) e para a Rádio Cúpula (Pulsar, Rádio Rocinha, Rádio MEC, Rádio Roquete Pinto) já estão confirmados e diversos outros foram elencados durante a reunião.

As parcerias também serão realizadas em nível internacional. “Teremos colaboração com parceiros estrangeiros que irão produzir noticiários diários em francês, em inglês e em espanhol e transmitir isso para um circuito bem grande no planeta”, avisa Campos. A conexão internacional deverá ser ampliada também durante o 2º Fórum Mundial de Mídias Livres, que acontecerá nos dias 16 e 17 de junho na UFRJ (campus Praia Vermelha): “Queremos trazer um pouco do FML para dentro da Cúpula dos Povos”, diz Belisário.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2012/05/cupula-dos-povos-monta-plataforma-colaborativa-para-inovar-na-comunicacao

sábado, 5 de maio de 2012

CONEXÃO VIVO BH 2012




PROGRAMAÇÃO DO CONEXÃO VIVO BH

Palácio das Artes, Parque Municipal e Praça do Papa serão palco da grande festa promovida pelo Conexão Vivo em Belo Horizonte durante o mês de maio. Em sua 12ª edição, o Conexão Vivo reúne alguns dos principais expoentes da nova música brasileira, como Criolo, Tulipa Ruiz e Orkestra Rumpilezz, artistas já consolidados como Ilê Aiyê, Wagner Tiso e Toninho Horta e nomes promissores das mais diversas regiões do país, caso dos paraenses Gaby Amarantos e Felipe Cordeiro, o baiano Magary Lord, da banda gaúcha Apanhador Só e da paulistana Bixiga 70.

A abertura da programação será realizada no Grande Teatro do Palácio das Artes, no dia 10 de maio, com a performance audiovisual experimental de Lise + Barulhista (MG), que interpretam ao vivo trilha sonora do filme “O Gabinete do Dr. Caligari”, clássico do cinema expressionista alemão, e de Gaby Amarantos (PA), que lança oficialmente em BH seu primeiro CD, "Treme". No dia 12 de maio, se apresentam Rodrigo Borges com Toninho Horta (MG) e o violonista Thiago Delegado, que convida Wagner Tiso (MG), em homenagem aos 40 anos do Clube da Esquina. No dia 13, domingo, é a vez dos badalados Thiago Pethit (SP) e Tulipa Ruiz (SP) tomarem conta do Grande Teatro. Os ingressos para cada dia custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e poderão ser comprados pelo site ingresso.com.

Paralelamente aos shows no Grande Teatro do Palácio das Artes acontece o Conexão Vivo Movida, mostra de videoclipes e documentários musicais que apresenta 71 obras entre os dias 10 e 13 de maio no Cine Humberto Mauro, também no Palácio das Artes. As obras selecionadas para o Conexão Vivo Movida foram inscritas via edital nacional e contam tanto com vídeos de artistas iniciantes como de artistas já consolidados nacionalmente, como Lucas Santtana, Otto, Curumim e Siba.Os selecionados para a mostra competitiva do Conexão Vivo Movida concorrem a R$ 35 mil em prêmios, em três instâncias de avaliação: do público, de um corpo de jurados e dos internautas. Depois de Belo Horizonte, a Mostra ainda circula por João Pessoa, Salvador e São Paulo.

Considerado o ápice da programação, os shows do Parque Municipal começam no dia 17 de maio (quinta-feira), às 19h, com a banda mineira Mercúrio758, que convida Lourenço Marques (Cia. Suspensa), a gafieira do Senta a Pua! e o rock de influências setentistas e psicodélicas do 4Instrumental. O rapper paulistano Criolo (SP), um dos nomes mais comentados na música brasileira atualmente, sobe ao palco para fechar a primeira noite de shows. No dia seguinte (18), a programação conecta os artistas mineiros Nem Secos, Lucas Avelar com Pedro Morais, Deco Lima com Elio Silva (LowFi) e Daniel Savedra (Proa). A noite se completa com a revelação da cena musical paraense, Felipe Cordeiro (PA), e BNegão e os Seletores de Frequência (RJ), que lança em primeira mão na capital mineira o seu novo disco, “Sintoniza lá!”.

A programação do fim de semana no Parque Municipal segue com o princípio da diversidade e traz, tanto no sábado (19) quanto no domingo (20), atrações que vão desde o rock instrumental do Aeromoças e Tenistas Russas (SP) e A Banda de Joseph Tourton (PE) aos ritmos brasileiros reprocessados pelo Baiana System (BA) e a música dançante marcada por influências africanas do Bixiga 70 (SP). Os show no Parque Municipal ainda contam com o indie das bandas Apanhador Só (RS) e Garotas Suecas (SP) e a nova música brasileira representada nas vozes das cantoras Juliana Sinimbú (PA) e Manuela Rodrigues (BA). Os ingressos para os shows no Parque Municipal custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda através do site sympla.com.br/conexaovivo. No domingo, a entrada é gratuita até às 18h. As vendas presenciais começam no dia 14 de maio, na bilheteria do Parque Municipal, de 10h às 19h.

A Praça do Papa recebe os shows do Conexão Vivo nos dias 26 e 27 de maio, a partir das 15h, com programação gratuita que se alterna entre talentos emergentes e nomes tradicionais de seus estados de origem: Ylê Aiyê (BA), Volver (PE), Juarez Moreira (MG), Manu Santos (RJ), Juliana Ribeiro (BA), Dibigode (MG), Metaleiras da Amazônia com Dona Onete, Juca Culatra e Pio Lobato (PA), Orkestra Rumpilezz (BA) e o argentino Javier Maldonado, um dos nomes mais respeitados da cena portenha que lança no país o seu último disco, “Musas Domesticas En El Meridiano V”.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cúpula dos Povos na Rio+20


O que é

Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental é um evento organizado pela sociedade civil global que acontecerá entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro – paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), a Rio+20.
Por quê?
A Rio+20 oficial marca os vinte anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92 ou Eco 92). Nestas duas décadas, a falta de ações para superar a injustiça social ambiental tem frustrado expectativas e desacreditado a ONU. A pauta prevista para a Rio+20 oficial – a chamada “economia verde” e a institucionalidade global – é considerada por nós como insatisfatória para lidar com a crise do planeta, causada pelos modelos de produção e consumo capitalistas.
Para enfrentar os desafios dessa crise sistêmica, a Cúpula dos Povos não será apenas um grande evento. Ela faz parte de um processo de acúmulos históricos e convergências das lutas locais, regionais e globais, que tem como marco político a luta anticapitalista, classista, antirracista, antipatriarcal e anti-homofóbica.
Queremos, assim, transformar o momento da Rio+20 numa oportunidade para tratar dos graves problemas enfrentados pela humanidade e demonstrar a força política dos povos organizados. “Venha reinventar o mundo” é o nosso chamado e o nosso convite à participação para as organizações e movimentos sociais do Brasil e do mundo. A convocatória global para a Cúpula será realizada durante o Fórum Social Temático (www.fstematico2012.org.br), em 28 de janeiro, em Porto Alegre (RS). O Fórum deste ano é, aliás, preparatório para a Cúpula.
Como?
O Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20 (CFSC) está preparando o desenho da Cúpula dos Povos e do território que ocuparemos no Aterro do Flamengo. O espaço será organizado em grupos de discussão autogestionados, na Assembleia Permanente dos Povos e num espaço para organizações e movimentos sociais exporem, praticarem e dialogarem com a sociedade sobre suas experiências e projetos, chamado de Territórios do Futuro. As ações da Cúpula estarão todas interligadas.
A ideia é que a Assembleia Permanente dos Povos – o principal fórum político da Cúpula, se organize em torno de três eixos e debata as causas estruturais da atual crise civilizatória, sem fragmentá-la em crises específicas – energética, financeira, ambiental, alimentar. Com isso, esperamos afirmar paradigmas novos e alternativos construídos pelos povos e apontar a agenda política para o próximo período.
Quando?
Os dois primeiros dias da Cúpula (15 e 16 de junho) serão pautados por atividades organizadas pelos movimentos sociais locais, que estão em luta permanente de resistência aos impactos das grandes obras. Desde esse momento, já estará montado um espaço de livre acesso, onde organizações e movimentos da sociedade civil global exibirão experiências e projetos que evidenciam como é possível viver em sociedade de forma fraterna e sustentável, ao contrário do paradigma hoje vigente.
Por isso, o território da Cúpula dos Povos será organizado de forma livre da presença corporativa e com base na economia solidária, agroecologia, em culturas digitais, ações de comunidades indígenas e quilombolas. Esse encontro da cidadania, que também contará com atrações culturais, ficará aberto até o fim da Cúpula, no dia 23.
No dia 17, domingo, a organização da Cúpula prepara uma passeata para marcar o evento. A partir do dia 18, começarão as discussões autogestionadas e a Assembleia Permanente dos Povos. O 20 de junho será o Dia da Mobilização Internacional, com manifestações que enviem uma mensagem clara e incisiva para a Rio+20 oficial.

O Rio vai reunir a mídia livre por uma outra comunicação. Participe!


Centenas de representantes das mídias livres estão se preparando para ir ao Rio de Janeiro, em junho de 2012, para ajudar a fazer a Cúpula dos Povos da Rio+20, evento paralelo à Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Trabalharão para difundir a voz dos povos reunidos na Cúpula, que em vez de falar em manejo do meio ambiente pelo poder econômico, falarão em caminhos para a justiça ambiental e social.  Essas mídias terão uma agenda própria dentro da Cúpula, onde se encontrarão para realizar o II Fórum Mundial de Mídia Livre, além de cobrir as atividades e os temas da Rio+20.
O que são as mídias livres?
Comprometidas com a luta pelo conhecimento livre e por alternativas aos modelos de comunicação monopolizados ou controlados pelo poder econômico, as mídias livres são aquelas que servem às comunidades, às lutas sociais, à cultura e à diversidade. Praticam licenças favoráveis ao uso coletivo e não são negócios de corporações. Compartilham e defendem o bem comum e a liberdade de expressão para todo mundo e não apenas para as empresas que dominam o setor.  Entendem a comunicação como um direito humano e, por isso, querem mudar a comunicação no mundo.
Quem é a mídia livre?
São sites ativistas e publicações populares, rádios e tvs comunitárias, pontos de cultura (no Brasil) e muitos coletivos atuantes nas redes sociais. Também são as agências, revistas e emissoras alternativas, sem finalidade de lucro, especializadas ou voltadas a trabalhar com as pautas propostas pelos movimentos sociais, sindicais, acadêmicos ou culturais. Dentro ou fora desses espaços, também são mídia livre as pessoas – jornalistas, comunicadoras(es) e educomunicadoras(es), blogueiras(os), fazedoras(es) de vídeo, oficineiras(os) e desenvolvedores(as) de tecnologias livres que hoje constituem um movimento crescente pelo direito à comunicação.
O II Fórum Mundial de Mídia Livre
Depois de três fóruns no Brasil (Rio de Janeiro 2008, Vitória 2009 e Porto Alegre 2012), dois encontros preparatórios no Norte da África (Marrakesh 2011 e Tunis 2012), uma edição mundial (Belém 2009) e uma Assembléia de Convergência no Fórum Social Mundial (Dacar,2011),  a mídia livre vai aos poucos construindo suas agendas, regionais e globais, que terão um avanço importante no Rio de Janeiro, com a segunda edição mundial.
O II Fórum Mundial de Mídia Livre se organizará  através de painéis, desconferências (debates livres), oficinas e plenárias previstos para o Rio de Janeiro. Os formatos estão abertos. Participe!
As atividades serão inscritas e organizadas pelos próprios coletivos e organizações interessadas em promovê-las, dentro de um programa construído coletivamente e orientado por eixos que apontam para a relação entres as mídias livres e o direito à comunicação, as políticas públicas, a apropriação tecnológica e os movimentos sociais.
A agenda global está em processo de construção.
1. O direito à comunicação
O direito à comunicação precisa ser garantido e respeitado como um direito humano, mas é constantemente ameaçado ou mesmo negado em muitos lugares do mundo, com emprego de extrema violência. Um dos aspectos desse direito é a liberdade de expressão, hoje assegurada somente para as empresas que controlam grandes cadeias de comunicação e entretenimento, que não querem a sociedade participando da gestão do sistema, e para governos que ainda temem a comunicação livre como ameaça à segurança do país ou à sustentação do poder. O direito a comunicação deve ser conquistado em um sentido integral, para além do acesso à informação manipulada pelo mercado ou grandes poderes, englobando acesso e uso dos meios, democratização da infra-estrutura e produção de conteúdos, e expressão da diversidade artística e cultural e pleno acesso ao conhecimento.
O Fórum Mundial de Mídia Livre terá pautas e debates sobre o direito à comunicação em diferentes contextos,  como a África e o México, por exemplo, onde a violência contra jornalistas e comunicadores(as) tem sido pauta prioritária dos movimentos de comunicação.
2. Políticas públicas
A Lei de Medios da Argentina repercutiu com força em processos regionais e preparatórios do FMML, como em Porto Alegre e em Marrakesh, com testemunhos de ativistas e pesquisadores de comunicação daquele país, e deve novamente ser um dos assuntos do II FMML, seja por ter oferecido um modelo de legislação mais democrática que pode inspirar outros países, seja pela forte reação contrária que provocou nas grandes corporaçães do setor da comunicação. Mas não será o único caso de regulação e políticas públicas de interesse das mídias livres.
Ao ser realizado no Brasil, o II FMML deve jogar peso das agendas das mídias livres para a comunicação no país, o que significa que o governo precisa encaminhar as propostas da sociedade civil brasileira para um novo marco regulatório das comunicações, democratizando o setor; que as rádios comunitárias devem ter atendidas sua pauta de reivindicações, com anistia aos radialistas presos e condenados, e que o Congresso precisa votar e aprovar o Marco Civil da Internet, que pode ser modelo para assegurar a neutralidade da rede.  A mídia livre deve jogar peso também na retomada das políticas da área cultural que
tinham os pontos de cultura, as tecnologias livres as filosofias “commons”como carro chefe e hoje estão em claro retrocesso.
Leis, regulações e o papel do Estado na promoção do direito à comunicação já são parte dos debates das mídias livres em diferentes países e devem  movimentar a agenda do II FMML.
3. Apropriação tecnológica
Se antes eram os meios alternativos que buscavam formas colaborativas e compartilhadas de produzir comunicação, hoje são as grandes corporações que dominam o setor e atraem milhões de pessoas para as suas redes sociais. No entanto, o ciclo de expansão dessas redes também tem sido uma fase de coleta, armazenamento e transformação de dados pessoais em subsídios para estratégias de mercado e comportamento, além da padronização do uso da rede em formatos pré-ordenados e possibilidade de supressão de páginas ou ferramentas de acordo com os interesses corporativos.  Soma-se a este controle a movimentação da indústria do direito autoral e das empresas de telecomunicação para aprovar leis que permitam associar vigilância à punição arbitrária de usuários, em favor dos negócios baseados na exploração e uso da rede.
As liberdades e a diversidade da internet dependem da liberdade de acesso, proteção de dados pessoais, abertura de códigos, apropriação de conhecimentos e construção de conexões alternativas, de autogestão das próprias redes. Estes serão debates marcantes do II FMML, mobilizando desenvolvedores e ativistas do software livre, defensores da neutralidade da rede, educomunicadores e oficineiros e movimentos interessados em democratizar o acesso à tecnologia, universalizar a banda larga,  e assegurar a apropriação dos recursos de comunicação, sejam ferramentas de edição de vídeos, transmissão de dados pela rede, seja a própria radiodifusão comunitária.
Desenvolvedores, coletivos e comunidades adeptas das redes livres, abertas e geridas fora dos interesses do mercado, se encontrarão neste eixo para debater um PROTOCOLO para as redes livres, capaz de facilitar sua interconexão sem destruir sua diversidade.
4. Movimentos sociais
As mídias livres e o exercício da comunicação em rede tem sido fundamentais para facilitar a articulação e dar a devida visibilidade às mobilizações de rua desde a primavera árabe, enfrentando regimes ao Norte da Africa, a ditadura das finanças na Europa, e o próprio sistema capitalista nos Estados e nas ocupações que também ocorrem no Brasil e países da América Latina.
Além dos chamados ativismos globais, os movimentos sociais tem assumido que a comunicação é estratégica para fortalecer suas lutas, impondo a crítica cotidiana da grande mídia e o uso de meios alternativos para falar à sociedade e defender-se da criminalização. Cada vez mais fica claro que o direito de expressar essas vozes contestadoras da população exige o engajamento dos movimentos sociais no movimento por uma outra comunicação.
Este debate, no II FMML, concretiza o fato de que as mídias livres são, de um lado, a comunicação que se ocupa das lutas sociais e, de outro, os movimentos sociais que lutam também pela comunicação.
O II FMML, o FSM e a Cúpula dos Povos
O Fórum de Mídia Livre, em seus processos regionais ou internacionais, se insere no processo do Fórum Social Mundial, adotando sua Carta de Princípios e contribuindo com subsídios e práticas para a construção de suas políticas de comunicação.
Na Cúpula dos Povos, as mídias livres utilizarão o conceito de Comunicação Compartilhada, construído no percurso histórico do Fórum Social Mundial, e fundado na idéia de que recursos, espaços e atividades podem ser compartilhados para ações midiáticas comuns de interesse das lutas sociais.
Na Cúpula dos Povos, as mídias livres contribuirão com propostas e debates para fortalecer a agenda dos Bens Comuns, onde comunicação e cultura são grandes bens da humanidade, indissociáveis da Justiça Ambiental e Social, e para inserir o direito e a defesa da comunicação nos documentos, agendas e propostas dos povos representados por seus movimentos sociais no Rio de Janeiro.
***
II Fórum de Mídia Livre
Quando
: 16 e 17 de junho de 2012
Onde: Rio de Janeiro, RJ – Brasil, no contexto da Cúpula dos Povos na Rio+20
Locais das atividades: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, campus da Praia Vermelha), com a programação central, debates, oficinas e plenária
Cúpula dos Povos: 15 a 23 de junho
Aterro do Flamengo: coberturas compartilhadas, Laboratório de Comunicação Compartilhada, Fóruns de Radio e TV, oficinas, Assembleia de Convergência sobre Mercantilização da Vida e Bens Comuns.