“...As pernas
da mente e do intelecto não tem sido exercitadas espiritualmente por um longo
período e, portanto, tornaram-se enfermas; não há paz, felicidade ou
contentamento permanentes. Nós temos nos exercitado intelectualmete quando
analisamos, discutimos, acumulamos informações e etc., mas falta a dimensão
espiritual. Isso resulta numa alma que permanece subdesenvolvida e subnutrida,
uma verdadeira pobreza de espírito refletida nas crises que estão acontecendo
por toda a parte,pessoal e globalmente...”
Anthony
Strano – Pensamento Oriental Para Mente Ocidental
Por que
estamos vivendo assim sem nos conectar com nosso lado mais profundo, misterioso
e iluminado? Há uma dimensão em que nós não somos capazes de responder a todas
as perguntas, não somos capazes de fazer um estudo científico para nos
certificar e demonstrar que A + B = C,
ou desenvolver uma tese que seja amplamente e consistemente sustentada. Mas nós
sabemos que ela existe, ela está lá.
O caminho
espiritual é uma opção. Ninguém é obrigado a crer que existe algo lá. Mas eu
não vou falar de religião aqui. Não vou tentar convencer você de que Jesus,
Maomé ou Buda são legais. Cada um tem sua crença e eu respeito. O que eu acho interessante
e importante para todos nós, é nos conhecermos profundamente, a minha religião
é o autoconhecimento. Esta religião que não tem um Deus exatamente, mas que
acredita no ser humano e nas suas qualidades intrínsecas. E, principalmente, no
quanto ele precisa se aperfeiçoar, tentar ser uma pessoa melhor, mais
autêntica, mais livre, mais espontânea, mais solidária, mais leal, mais
amorosa, amiga e verdadeira.
Eu vou
confidenciar uma coisa para vocês, eu já duvidei de tudo, fiz catecismo obrigada,
me crismei por imposição da minha família, e criticava a igreja o tempo inteiro. Quando entrei para a
faculdade e fiz parte do movimento
estudantil, eu tentei ser ateu, mas não
consegui rsrsrs. Porque independente de religião, eu sempre acreditei numa
força maior, numa luz que nos guia. E muitas vezes, eu fui guiada, conheci
anjos, pessoas que me ajudaram de uma forma inesperada em momentos chaves na
minha vida. Eu sempre tive uma fé em Deus, uma fé que eu mesma criei, sustentei
e sustento até hoje.
Todas as
vezes em que eu acreditei em mim, que eu me arrisquei a tentar fazer coisas
difíceis, mesmo com medo, eu sentia Deus, eu era Deus. Eu tenho essa sensação
de força interior sempre diante de um desafio. Quando eu oro e medito todos os
dias, eu me conecto diretamente com ele, agradeço, falo, ouço e peço tudo que
eu preciso. Eu acho que essa é só uma forma de acreditar em Deus. Existem
muitas por aí. E existem muitos milagres, em todos os cantos do mundo,
mesmo diante de tanta violência e
opressão. Se não houvesse uma força tão positiva sobre o mundo, ele já teria
acabado. Nós já teríamos acabado com ele e destruído a nós mesmos.
Há uma
fonte de luz que nos equilibra, que nos conduz em certos momentos. Mas também
há uma força negativa influenciando o ar, as pessoas, os nossos caminhos e as
nossas escolhas. Essa força é a nossa sombra, aquele nosso lado mais escuro,
que ninguém assume ou revela, mas ele faz as piores coisas conosco e com os outros.
Eu acredito no bem e no mal. E acredito também que podemos usar a força do amor para vencer o
ódio, porque ela é mais poderosa e positiva. É a nossa energia essencial e
original, pois quando nascemos somos puro amor. É só olhar o
sorriso e a pureza de um bebê para não ter dúvidas disso. O mundo, a educação,
a família, a sociedade, a mídia, a nossa cultura, com todas as suas
belezas, imperfeições e desvios, é que transforma a gente em algo melhor ou
pior. Mas nós temos livre arbítrio né! Podemos fazer boas escolhas e tentar de
novo sempre.
Amma já abraçou mais de 20 milhões de pessoas no mundo
Eu sigo a
Amma no Facebook, uma líder espiritual indiana, cuja missão no mundo é ajudar
as pessoas e distribuir abraços. A Amma acredita que as pessoas podem doar amor
com esta troca de energia. E eu acredito nela. Antes de viajar para Dublin eu
fiz um “Vision Board”, um quadro com
imagens dos meus desejos de realização no meu intercâmbio, tais como estudar,viajar, trabalhar, fazer amigos, namorar,
curtir a vida e etc. Eu colei a foto da Amma nele pela imagem de felicidade que
ela me transmitia, mas eu ainda não sabia quem era ela. Nas minhas últimas semanas
em Dublin, descobri quem era a Amma e me lembrei que ela estava no meu quadro.
Por acaso de tudo, a Amma estaria em Dublin naquele fim de semana e eu quase fui onde ela estava para vê-la de
perto e sentir a energia do seu abraço.
Não foi por
acaso que eu fui a Dublin para conhecer a Amma! Eu não a vi, mas fiquei muito afim de
ir. O problema era que o tempo estava ruim, era um fim de semana chuvoso,e eu
estava bem cansada, jogada na cama vendo filmes e comendo doces, pensando se eu voltava ou não para o Brasil. Eu tinha ínúmeras dúvidas sobre qual era a
melhor opção para mim. Quando eu decidi mesmo, eu vi que eu estava em um
processo meditativo ruidoso. Eu estava tentando ouvir a voz da minha verdade,
eu estava esperando vir à tona a Adriana que um dia pensou em mudar o mundo, que
era jornalista, historiadora, ativista
política e cultural, e minha mente fervilhava. Eu não poderia fugir da minha
sina, dos meus mais profundos desejos e aspirações para seguir em uma aventura que já estava esgotada. Programada para 2 anos, que parecerem 20 de
tanto aprendizado, minha estadia em Dublin chegava ao fim.
Eu posso
dizer que a Amma, que estava comigo o tempo todo e eu não sabia, me ajudou
nessa decisão. Não é possível viver longe daquilo tudo que você ama, mesmo não
sendo perfeito, porque nada é exatamente como a gente gostaria que fosse. Nem
Dublin nem o Brasil são perfeitos. Nem eu e nem você. Somos a Imperfeição em
pessoa. Nós estamos aqui para evoluir e quem sabe um dia sermos uma pessoa
realmente do bem, um ser mais saudável, mais equilibrado, mais feliz e que
encontra e faz outras pessoas felizes também. Acredito que espiritualidade é
isso! É escolher fazer o melhor que você pode fazer por você e pelos outros.
Amma na
Internet:
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