domingo, 11 de julho de 2010

Dos Lençóis a São Luis do Maranhão


A viagem não acabou nos Lençóis Maranhenses. O meu último destino foi São Luis para ver o Bumba-meu-boi, a maior festa popular da cidade. Tem uma lenda muito interessante sobre a festa que todos contam com muito interesse por lá. Conheça um pouquinho.

Auto do bumba-meu-boi
Os brancos trouxeram o enredo da festa; os negros, escravos, acrescentaram o ritmo e os tambores; os índios, antigos habitantes, emprestaram suas danças. E a cada fogueira acesa para São João, os festejos juninos maranhenses foram-se transformando no tempo quente da emoção, da promessa e da diversão.

É no mês de junho, que reina majestoso o Bumba-meu-boi, no Estado. O auto popular do Bumba-meu-boi conta a estória da Catirina, uma escrava que leva seu homem, o negro Chico, a matar o boi mais bonito da fazenda para satisfazer-lhe o desejo de grávida: comer língua de boi.


Descoberto o malfeito, manda o Amo (que encarna o fazendeiro, o latifundiário, o "coronel" autoridade) que os índios capturem o criminoso, que, trazido à sua presença, representa a cena mais hilariante da comédia (e também a mais crítica no sentido social).

Para ressuscitar o boi, chama-se o doutor, cujos diagnósticos e receitas estapafúrdias ironizam a medicina. Finalmente, ressurgido o boi e perdoado o negro, a pantomima termina numa grande festa cheia de alegria e animação, em que se confundem personagens e assistentes.

Com traços semelhantes aos dos autos medievais, a brincadeira do Bumba-Meu-Boi existe em outras regiões do País, mas só no Maranhão tem três estilos, três sotaques, e um significado tão especial. É mais que uma explosão de alegria. É "quase uma forma de oração", servindo como elo de ligação entre o sagrado e o profano, entre santos e devotos, congregando toda a população.


O Bumba-Meu-Boi, na verdade, nasce de pagamento de uma promessa feita ao "glorioso" São João, mas nas festas juninas maranhenses também se rendem homenagens a São Pedro e São Marçal.



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