sexta-feira, 5 de março de 2010

O ritmo do tempo



A passagem do tempo é uma coisa normal na vida, ou pelo menos deveria ser. Mas o relógio incomoda muita gente. Talvez porque envolva mudanças, mexa com nossas memórias, vivências e sentimentos. O tempo é uma coisa muito subjetiva e curiosa. Os dias, meses e anos são sempre diferentes, embora possam parecer iguais dentro de uma rotina. Mas nunca você terá um dia como o outro. Há sempre o acaso, o inesperado na esquina. Perceber como passam segundos e minutos é uma experiência individual, que depende do estado emocional e da forma de encarar a vida de cada um.

As experiências adquiridas com o passar dos anos indicam um provável porquê para isso. Ao que parece, a felicidade tem seu próprio ritmo. Quando as batidas do coração estão mais aceleradas essa sensação nos contamina e o “movimento” que traduz “passagem do tempo” na nossa língua cerebral toma conta da mente e do nosso corpo. Sentimos os ponteirinhos rodar como loucos. Quando estamos mais amuados e tristes por algum motivo, as horas parecem se arrastar. O tempo parece carregar todo o peso e pesar que estamos sentindo. Então, ele anda devagar, a passos de tartaruga. E você fica mais agoniado ainda porque este tempo é um peso em sua vida. E aí, o circulo vicioso se instala. Pra parar, só “requebrando” a rotina. Mudando os pensamentos, sentimentos e ações.

O bom mesmo é movimentar a roda da vida com alegria. O mais curioso é que a vida se acelera. Você começa a viver de forma mais rápida, mas não está perdendo tempo. Uma boa rotina tem um bom ritmo e pode ser samba. Se a dança cotidiana te agrada é porque há vários movimentos positivos nela. Você, na verdade, está vivendo intensamente. Mas quando inovamos porque mudamos ou acrescentamos algo bacana em nossa rotina, a percepção é que o tempo passa mais devagar. Por exemplo, uma viagem de férias para aquele lugar dos seus sonhos. Parece que o tempo custa a passar e você curte cada momento com o deleite mais que devido. A explicação talvez seja o diferente e uma tranqüilidade gostosa que podemos chamar de preguiça – um tempo ocioso bem vivido e, portanto, muito produtivo e revigorador. Mas enquanto isso ... o nosso cérebro está trabalhando. Ele não para. Está processando novas informações e registrando tudo o que foge do comum. Parece que, nesta hora, estamos ganhando um plus, um tempo a mais para viver. O balanço das horas - a percepção da passagem da vida - fica mais calma e lenta. O tempo é de pura degustação, de prolongar a experiência, o sabor e o prazer ao máximo.



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