terça-feira, 9 de novembro de 2010

Arte Contemporânea - das ruas para a galeria



Um livro de Lewis Carrol com ilustrações de Luiz Zerbini, mangás de Junko Mizuno, um volume sobre pin-ups, outro sobre Hollywood Costume Dresses, um iPhone, canetas, tintas, pincéis, plantas, paredes manchadas de tinta e cristais Swarovski dividem o ateliê com Nina Pandolfo, paulistana de 33 anos que começou a grafitar nas ruas da metrópole em 1992 e está conquistando fiéis admiradores. Olhos grandes, fala mansa e gestos delicados são as características da artista refletidas em suas obras.


Em sua recente exposição “Desafiando Sonhos”, realizada na Galeria Leme, em São Paulo, as obras foram vendidas rapidamente para pessoas que se encantam pelo trabalho da artista, como a colecionadora Ana Carolina Reis. “Apaixonei-me pelas telas dela há um bom tempo, as meninas retratadas, o lado lúdico e cheio de detalhes do trabalho. Pirei com essa última exposição em que ela foi mais para a pintura do que para o grafite. A Nina já tinha um diferencial, uma doçura, um detalhismo que ficou mais evidente. Acho que isso refinou o trabalho dela e o valorizou ainda mais.”

Nina é um nome importante da atual cena da arte contemporânea brasileira, um mercado que está muito aquecido. Seus trabalhos são procurados por colecionadores neófitos e veteranos interessados em novidades. “O trabalho dela valorizou mais de 100% nos últimos anos em função do aumento da demanda. A ponto das duas últimas exposições (com cerca de 10 obras cada) terem sido abertas totalmente vendidas”, afirma o galerista Eduardo Leme.


Para o crítico de arte Tiago Mesquita, “muita gente nova tem vendido muito e com mais frequência. Esse entusiasmo em relação à arte contemporânea é paralelo à prosperidade atual. O caminho das fortunas acompanha o investimento em obras”. Para Mesquita, “a novidade é que gente que nunca comprou está começando a comprar”.

A maturidade adquirida ao longo dos últimos dez anos transportou as personagens de Nina, antes espalhadas por paredes e muros ao longo da cidade de São Paulo, para galerias, museus e até um castelo. Uma das poucas mulheres presentes na cena "street-art" contemporânea, ela se destaca em seu gosto pela experimentação, a busca de novas mídias e meios para expressar sua arte.

Fonte: Portal IG

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