segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Amor Sem Escalas - As relações do nosso tempo


Amor Sem Escalas (2009) – parece nome de comédia romântica. Mas não é nada disso! O filme é uma comédia dramática que trata de questões muito contemporâneas: crise financeira, impessoalidade no emprego e na vida, relacionamentos rápidos e vazios, solidão, a busca de um ideal, emoções e desafios. É um filme pra ser visto como uma troca de experiências. Sem muito doce ou amargura, ele nos coloca em contato com nossas intransigências e nosso modo contraditório de pensar sobre o amor. Você vai rever suas relações de consumo, com o mundo e, principalmente, com as pessoas. 

O protagonista Ryan (George Clooney) interpreta um consultor responsável por demitir funcionários que as grandes empresas não têm coragem de dispensar. Sem laços familiares, o solteirão convicto passa 320 dias por ano viajando. Sua casa são os aviões, aeroportos e hotéis. O maior objetivo de sua vida é chegar aos 10 milhões de milhas e, assim, ser a sétima pessoa no mundo a obter um cartão ultra vip. 

Ele parece muito seguro de seu estilo de vida até conhecer duas mulheres, a arrogante e insegura assistente Natalie (Anna Kendrik) e a executiva Alex (Vera Farmiga). A primeira acredita no amor romântico e poderia ser uma mocinha das comédias românticas. A segunda é uma mulher madura, segura e independente, uma versão feminina de Ryan. As duas começam a remexer nas convicções do executivo: seus valores, seus sentimentos, sua essência, sua família. Ele tem a oportunidade de avaliar suas opções e rumos na vida.

A trama discute com o espectador, deixa-o pensar e refletir e não impõe nenhuma visão pessimista ou otimista da vida. Quando Ryan se permite viver uma paixão, ele fica tão feliz e excitado que não hesita em viajar pra ver a amada. É o instinto mais previsível – de estar junto. E, você, acompanha este momento torcendo por ele. 

Mas, ao mesmo tempo, você sabe que nem tudo é tão previsível na vida. Ele acredita e se arrisca. Mas as nossas expectativas boas ou más, nem sempre são atendidas. Na verdade, elas são só nossas. Somos sozinhos até nos sentimentos compartilhados. E ainda que o amor seja sincero, não é certa a felicidade. Pois, ele, o dom supremo, se manifesta de várias formas e intensidades. Sonhar é possível, vivenciar também, mas a entrega pode causar dor e decepção.

Relacionar-se, estar conectado com alguém é algo desejado por todos, possível, mas é imperfeito. Se formos capazes de viver e aceitar essa condição, quem sabe, num futuro próximo, vamos conseguir ter relações mais saudáveis; de maior compartilhamento, sinceridade e emoção. E vamos perder o medo de sofrer, de relacionar, de ficar sozinho, de viver! O que não dá é tentar ser frio ou romântico demais.



2 comentários:

Unknown disse...

Adriana,
Muito profundo esse seu texto.
Realmente temos buscado ter relações superficiais para nao nos machucarmos..e ao mesmo tempo não nos permitirmos amar de verdade.
Sermos felizes de verdade..
Irei ver o filme e espero que mexa comigo igual mexeu com voce...
Desejo um otimo dia!
Bjs

Adriana Borges disse...

Oi Schirley!
É ìsso mesmo, a gente tenta não se machucar,mas também não consegue amar de verdade. E nós acabamos sofrendo muito com isso, deixando de viver e aprender coisas muito valiosas. O filme vale muito a pena! Você vai gostar! beijos